O Monge Moderno


Tem um tempinho que eu penso em escrever algo sobre esse tema mas nunca tenho tempo. Hoje o dia estava mais calmo, resolvi ligar o computador e compartilhar essa ideia. Acho que a ideia sobre o monge moderno que eu quero passar tem um pouco a ver com essa falta de tempo.

Quando comecei a minha busca espiritual consciente estava de licença do meu trabalho e tinha todo o tempo do mundo para meditar, participar de cursos no meio da semana (inclusive em outras cidades), fazer trabalho voluntário, atender pessoas a qualquer hora e estudar muito sobre o assunto. Em verdade, junto com um doutorado em economia, Deus havia me dado a oportunidade de fazer uma verdadeira “faculdade” na área de terapia holística, cura e desenvolvimento espiritual. De 2004 a 2008 investi muito tempo, esforço e dinheiro no que hoje, um pouco mais consciente, posso dizer que foi uma benção proporcionada pela Espiritualidade Maior. Até hoje continuo estudando e me aprimorando com treinamentos e grande dedicação, mas esses quatro anos foram muito especiais porque tive a oportunidade de viver experiências que a minha realidade cotidiana atual não permitiria e também posso dizer que tive acesso aos professores certos nas horas certas. Sincronismo perfeito!

Em 2008 acabou a minha licença de trabalho para fazer doutorado e retornei às minhas atividades de trabalho. No começo foi difícil porque tive que aterrissar do mundo das vibrações de Luz no mundo real. Como assim? Abandonar os ambientes e trabalhos espirituais harmônicos que eu frequentava durante os dias da semana para entrar de volta na realidade competitiva de um escritório de trabalho não foi algo muito legal. Não acho errado a competição no ambiente de trabalho, mas confesso que não foi trivial ter que olhar as pessoas novamente como “adversários” ao invés de “irmãos”. Mas enfim, precisava compreender como alinhar a minha nova visão de mundo com a minha realidade. Pra quem gosta de cinema, esse é o desafio de viver consciente da Matrix, como o personagem Neo.

A verdade é que depois de apanhar um pouco nessa nova situação, meus mentores espirituais me ajudaram a compreender que eu precisava aprender a traduzir tudo o que eu tinha vivenciado e aprendido sobre a Luz para a vida material. Ficou muito claro pra mim que fazer a ponte entre o espiritual e o material era o desafio que veio junto com as bênçãos que eu havia recebido nos quatro anos anteriores.

À luz desse entendimento, venho tentando ensinar, principalmente através do exemplo, que é possível viver uma vida material próspera, com diversão e alegria sem deixar os valores espirituais de lado. Não apenas nos meus cursos, atendimentos e palestras de final de semana, como também no meu dia a dia sempre que posso tento compartilhar as minhas verdades em todos os ambientes sociais que eu frequento e nos quais encontro abertura espiritual para isso.

Em resumo, a ideia que eu sempre tento passar para as pessoas é o que eu considero um monge moderno: uma pessoa normal, inserida e atuante na realidade do mundo material, mas que percebe e interage conscientemente com um mundo de Luz. Essa visão não combina mais com aquela velha postura de não se envolver com nada material e ficar simplesmente recluso, escondido, meditando e emanando vibrações boas para o mundo e as pessoas. Entendo que isso é importante e precisa continuar sendo feito. No entanto, nos dias de hoje mais importante do que isso é participar ativamente na construção de um mundo melhor voltado para o aperfeiçoamento do ser humano no que diz respeito à consciência espiritual e ao amor ao próximo. É impossível acordar o mundo da ignorância espiritual simplesmente se isolando e vivendo dentro de uma bolha. Não estou defendo aqui que devemos sair por aí pregando a nossa verdade. Isso muitas vezes é hipocrisia! O que eu defendo é que precisamos apenas ser firmes com os nossos propósitos e tolerantes com o próximo. Podemos ser firmes e gentis ao mesmo tempo! E também podemos ser tolerantes e não ser bobos na hora de lidar com algumas pessoas que ainda não estão preparadas para compreender o respeito ao próximo.

 

O monge moderno constitui família, pode ser competitivo no trabalho, namora, pratica esportes, sai pra balada, gosta de coisas boas mas nunca deixa o ambiente externo abalar o seu olhar positivo sobre o mundo e nem tão pouco permite que qualquer situação desvirtue os seus valores espirituais e a sua Fé. Acredito que podemos (e vamos) construir um mundo melhor de forma silenciosa e pelo exemplo.

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